3 de março de 2010

Sem direcção...

Ainda não alinhei as ideias da razão, por isso não sabia o que escrever hoje aqui, mas também não fazia sentido ficar em branco, porque a alma não o está. Por isso, hoje não sou eu que escrevo mas outros por mim, podendo até nem fazer sentido mas reflectindo aquilo que vai na alma...

“Neste mundo, existem três espécies de amigos: aqueles que nos amam, aqueles que não se preocupam connosco, e os que nos odeiam”
Autor: Chamfort , Sébastien-Roch

TU, MEU AMOR IMPOSSÍVEL
"Sussurros imaginários
Que passeiam e deambulam
Pelos cantos vazios e escuros
Do meu quarto…
É o eco da tua voz
Que me mantém este sorriso louco
E feliz na face…
Vã e insólita
É a esperança de te ter finalmente
Em meus braços…
Até quando vai a ilusão
Deste amor impossível
Assombrar as minhas noites
E fazer-me evocar o teu nome
Com ansiedade?
Oh mente doentia, a minha!
Por mais que saiba
Que nunca te vou ter,
És tu, meu doce Anjo,
Quem, eternamente, eu vou querer…"
Karl Goth

"As mulheres podem tornar-se facilmente amigas de um homem; mas, para manter essa amizade, torna-se indispensável o concurso de uma pequena antipatia física."
Autor: Nietzsche , Friedrich in 'Humano, Demasiado Humano'

PARA OS AMIGOS
"De entre todos, apenas vós
tendes direito a ver-me
fracassar. Onde caio
entre a vossa irónica
doçura implacável, convosco
partilho o pão e o espaço
e a rapidez dos olhos
sobre o que fica (sempre)
para dar ou dizer.
E de vós me levanto
e vos levo pesando
e ardendo até onde
me ajudais a ser
melhor ou talvez
menos só."
Vítor Matos e Sá, in 'Companhia Violenta'

"Intimidade: uma relação entre dois tolos, providencialmente atraídos para a sua mútua destruição."
Autor: Bierce , Ambrose in 'Dicionário do Diabo'

INTIMIDADE
"No coração da mina mais secreta,
No interior do fruto mais distante,
Na vibração da nota mais discreta,
No búzio mais convolto e ressoante,

Na camada mais densa da pintura,
Na veia que no corpo mais nos sonde,
Na palavra que diga mais brandura,
Na raiz que mais desce, mais esconde,

No silêncio mais fundo desta pausa,
Em que a vida se fez perenidade,
Procuro a tua mão, decifro a causa
De querer e não crer, final, intimidade."
José Saramago, in 'Os Poemas Possíveis'

Sem cera

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