30 de setembro de 2010



Sou doida, mas isso tu já sabes! Adoro-te

Vidaaaaaaaaaaaaaaa

Tantas voltas que a vida dá, tantas vezes perdida e outras tantas encontrada a vida é mesmo assim...
Por aqui vou estando, pensando em tudo e não pensando em nada, lembrando-me de ti e de tantas outras coisas...
Mas as outras já fazem parte do passado, são só memórias.
Tu tens sido sem dúvida inigualável, em pouco tempo viraste-me do avesso e acabei talvez e sem querer por te fazer o mesmo.
Já rimos, já choramos, já vivemos tanto e não vivemos nada, só por isso já valeu a pena e a história já ninguém nos tira...
Continuamos a beber uns copos e a viver é o mais importante!
Daqui para a frente, não sei logo se vê, gostava que ficasses mas é contigo.
Para além de ti, tudo o resto se vai fazendo, vai-se levando uns dias melhores outros piores, com tudo o que já conheces...
Sem cera

28 de setembro de 2010

Sentimentos trocados...

Eu sei o que estás a sentir, já senti o mesmo...
Mas também sei que se não podes ter aquilo que queres, deves aproveitar o que a vida te dá. O tempo tudo cura e aquilo que agora te parece pouco pode-se tornar em muito.
Eu continuo aqui contigo, sei que não sou ela, mas sou eu!
Sei que se fosse ao contrário, seria provavelmente eu a sentir tudo isso e a ficar magoada contigo e não diria nada disto a mim mesma.
Sei que se fosse ao contrário (e mesmo depois de te teres reaproximado), tu terias ido sem hesitar e talvez só me tivesses contado depois.
Sei que se fosse ao contrário tu estarias feliz!
Mas simplesmente não foi, não é algo que se possa catalogar, aconteceu. Por diversos motivos e razões, por alguma culpa minha talvez e aqui só te posso pedir desculpa.
Sei que tudo isto não é o mais indicado de se dizer talvez, mas já sabes que aqui não há certo nem errado apenas o que me vai na alma.
E se te digo que preferia ficar a sofrer para te ver feliz, maior verdade não pode haver. Mas não fui eu que decidi!
Por isso, e se já não posso mudar o que está para trás, gostava que continuasses aqui, que me desses uma hipótese de começar de novo?!
Deixa-me tentar e talvez eu te consiga fazer sorrir de novo...
Eu continuo a gostar de ti, pode não ser o que tu gostarias, pode ser pouco ou insuficiente para ti, mas é sincero.
E com tudo isto já não sei se digo o que devo ou se digo o que quero, mas ainda sei que digo o que me vai cá dentro.
Sem cera

27 de setembro de 2010



De tudo o que tenho para te dizer, por agora o melhor é deixar as páginas em branco.
Sem cera :(


Estou cansada...
Triste por não conseguir encontrar soluções para este problema e triste por todos aqueles que são arrastados comigo.
Já não sei o que fazer mais, nem como reagir...
Sem cera

21 de setembro de 2010

O que são palavras?

Já não venho aqui há alguns dias, tenho andado de mente vazia (o que até não é mau), mas por isso não tenho escrito nada.
Mas isto de não escrever nada também tem que se lhe diga e então pus-me a pensar, mas afinal o que é tudo isto que eu aqui escrevo senão meras palavras...
Mas e afinal o que são palavras???
Conjuntos de letras, de sílabas umas após outras? Ou uma ou outra definição que aparece nas enciclopédias e nos dicionários?
Nada disso, palavras são indefinivéis (se é que isso existe!). Podemos usar muitas palavras e não dizer nada, como dizer muita coisa só com uma, podemos usar imensas palavras para contar uma história ou só uma para lhe dar um titulo. Nós usamos palavras para tudo porque as palavras são tudo.
Olha nós sem palavras, vivíamos de quê? Sons? Mas tínhamos de dar nomes aos sons, logo tínhamos de usar palavras certo?
Alguém disse que -
“Palavras não são somente palavras.
São sentimentos, emoções. São mistérios.
Porta-retratos na beira da cama ou no armário da sala,
em sol maior, ou quem sabe, em mi menor, mas tem um tom.
Palavras, não são como letras distribuídas numa folha qualquer,
de um livro qualquer.
São páginas de vida, de uma história de vida, e muito mais.
Aliás, o que são palavras, em si mesmas, a não ser um mero sussurrar?
Digo uma, duas palavras, não paro de tagarelar.
São como visões mediáticas, que não dizem nada, embora queiram dizer,
ou possam sugerir, até mesmo, outras coisas, inesperadas, inexpressivas, dilacerantes, inconclusivas, pedantes, despretensiosas, legítimas ou não.
Palavras, que dou sentido.
Palavras que, no início, eram palavras,
mas viraram gritos.
De minha paixão,
Vou guardar as palavras, somente.”
Pois bem, eu acho que as palavras são mesmo tudo, as palavras são o que dizemos, o que não dizemos, o que sentimos e o que não queremos sentir, são o que somos e o que fazemos, as palavras servem para definir, para identificar, para exprimir, servem para tudo e são tudo.
E visto isto já pus e dispus de mais umas centenas de palavras só para dissertar sobre elas próprias como se isso fosse possível. Só eu...
Para ti tenho uma palavra só Adoro-te!
Sem cera

16 de setembro de 2010

Amor ou Ódio? Depende dos dias...

"Fazes parte daquele grupo de pessoas com quem posso contar para tudo na minha vida sempre e para sempre, e se calhar é por isso que as mãos me tremem de emoção ao te escrever estas e outras palavras. Tu dás-me muito do que não tenho e no entanto nunca descansas, nunca te cansas de tentar descobrir em mim o que me falta para ser melhor e mais feliz. Acreditas, incondicionalmente nas minhas capacidades, relativizas os meus defeitos, aturas as minhas neuras, partilhas as minhas vitórias, estás ao meu lado para o que der e vier.
Dás-me paz, companhia, doçura, harmonia, amor, serenidade, confiança. Dás-me a mão, o teu coração e a tua cabeça, as tuas memórias e os teus projectos, fazes-me sentir importante quando estou do tamanho de uma ostra e fazes-me rir quando quero chorar e chorar quando rio.
Uma amizade assim não tem fim, mas tem principio e meio, e no meio de tudo isto só te posso dizer meu querido que o mundo não teria a mesma luz se tu não fizesses parte dele."
Sem cera

Ps - Adoro-te mas não fiques convencido...

13 de setembro de 2010



I´m not in a good moment for you.

10 de setembro de 2010

Saudade

Tento a cada dia que passa, minimizar os efeitos deste sentimento tão sentido que é a saudade. Esta que nunca se afasta, nunca desaparece, nunca se esquece e que por muitos momentos nós desejamos que aqueles por quem a sentimos também a sintam por nós...
A saudade é como o amor, não têm definição, pelo menos definição suficientemente abrangente que consiga transportar para as palavras aquilo que realmente sentimos, é um sentimento absoluto...
Sinto muitas saudades, daqueles que amei e que ainda amo! Mesmo sabendo que por todos fui deixada em função de uma qualquer "princesa ou amor maior".
A saudade faz-nos viver de novo, recordar, traz-nos os bons mas também os maus momentos, traz-nos à memória tudo o que gostaríamos de ainda ter.
A saudade é nunca deixar transparecer aquilo que realmente sentimos, é dar um sorriso chorando por dentro, é dizer até logo sabendo que se diz adeus, é lembrar de quem gostamos mesmo que não se lembrem de nós.
Eu vivo acompanhada de saudade, não me resta muito mais, saudade do que tive, do que ganhei e perdi, do que fiz e deixei por fazer...
Vivo hoje com saudades tuas! Ainda espero por ti...
Tu sabes isso e de qualquer maneira se não o soubesses ficavas a saber, aqui não tens muitas opções senão ouvir o que vêm da alma.
Sem cera

"Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já...
Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida...
Saudade é sentir que existe o que não existe mais...
Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...
Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.
E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.
O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido." (Pablo Neruda)

"Sorri quando a dor te torturar
E a saudade atormentar
Os teus dias tristonhos vazios
Sorri quando tudo terminar
Quando nada mais restar
Do teu sonho encantador
Sorri quando o sol perder a luz
E sentires uma cruz
Nos teus ombros cansados doridos
Sorri vai mentindo a sua dor
E ao notar que tu sorris
Todo mundo irá supor
Que és feliz!"(Charles Chaplin)

9 de setembro de 2010

Razão ou coração

Tu não me fazes mal, nunca fizeste. Simplesmente as reacções agora são outras, não me posso deixar levar pelos reflexos momentâneos do corpo, pela vontade, pelo coração, tenho de ser racional e saber que apesar de estares aqui, isso não é mais do que um momento.
Posso parecer fria, distante, mas estou sempre aqui, só não posso chegar ao pé de ti e sorrir como antes, quando tu iluminavas tudo, não posso abraçar-te, não posso dar-te um beijo, por muito que essa seja a minha vontade simplesmente não posso.
Desejava não sentir este silêncio que a tua partida me trouxe... Desejava que tu continuasses tu e não fugisses de mim, como agora fazes de cada vez que o assunto se torna delicado ou quando me tento aproximar. Nunca tivemos tabus e já tivemos conversas difíceis, por isso é que preferia que continuasses a falar comigo por muito difícil que seja ou que magoe. As vezes preferia ter respostas...
Talvez isso me trouxesse algum sentido às ideias, alguma ordem para me entender. E sim, eu sei, penso demais.
Quando nem sequer me entendo a mim própria será complicado talvez entender os outros, mas mesmo assim há coisas que se tentam, que eu tento perceber.
Porque o fazes? pergunto eu. Porque és tu, porque queres fazê-lo ou simplesmente por instinto, porque o corpo pede? Independente de tudo isto, uma coisa não consegues evitar por muito que queiras ou tentes, ter sentimento.
E eu, eu simplesmente tento sentir-te comigo, como se realmente ali estivesses...
No meio de tudo isto, apercebo-me que vais "contra" as tuas próprias decisões - será por quereres aproveitar enquanto podes, porque realmente queres ficar mas não podes ou porque os papéis se inverteram e és tu agora quem tem de escolher?
Não é fácil gostar de duas pessoas ao mesmo tempo, mesmo que os sentimentos sejam diferentes. Mas na escolha até te entendo, é mais fácil escolher o caminho que já se conhece, que se torna mais seguro, mesmo que não seja o mais feliz. E ai tu tens sem dúvida mais tempo, mais espaço, menos responsabilidades, mais do que terias aqui.
É mau dizer isto e certamente ainda pior de se ler, mas é um ponto de vista como tantos outros que aqui poderia dar e/ou opções que já dei.
Eu sou daquelas que faz tudo para não se magoar, para não gostar, mas no coração ninguém manda e infelizmente tenho o dom de me dar completamente aqueles por quem me apaixono. Saio sempre magoada, mas fazia tudo outra vez só para ter mais um bocadinho daquela felicidade. Também há aqueles que não arriscam, sofrer uma vez basta, mas não sei se esses chegam a amar plenamente...
Já tenho pensado, se fui eu que te imaginei tão diferente ou foste tu que mudaste muito, agora olho para trás e há coisas que não consigo encaixar, não me fazem sentido de todo.
Enfim, há muita coisa que não se explica apenas sente-se e por isso, por muito que tente por aqui alguma razão de nada me serve, sempre vivi muito mais do coração, dos afectos, eu amo e pronto.
Ainda agora, não sei explicar, porque um beijo teu me fez cair as lágrimas nos olhos...
Também não sei explicar porque continuo a vir aqui, quando acho que não devia de escrever nada disto, talvez porque tu me pediste, porque é o único sitio (à excepção do céu lá fora) onde sei que te vou encontrar, apesar de nunca ter resposta, só silêncio, esse malvado silêncio.
Tenho saudades tuas, tuas mesmo...
Adoro-te.
Sem cera

8 de setembro de 2010

Vai passar...

Hoje não foi um dia muito bom, não foi mau mas também não foi óptimo. Estar parados faz-nos pensar e no meu caso isso nem sempre é uma coisa boa.
Pensar no porque das coisas, como foram, como poderiam ter sido, se as podíamos ter feito diferentes, tudo isso são questões que coloco e recoloco a mim mesma sobre os mais variados aspectos da vida.
A pergunta que mais vezes me passa pela ideia nestas alturas é se não poderia ter sido só mais uma pessoa como tantas outras da minha idade com uma história comum e feliz. Mas cada vez mais chego a conclusão que não, a minha história não é comum nem feliz, não que seja uma desgraçadinha, nada disso, mas também não foram só alegrias ou pelo menos não as que eu gostava.
Talvez todo o passado tenha alterado o futuro e com isso todos os "sonhos" desapareceram, não adianta acreditar mais...
Muitas coisas gostava que fossem diferentes, mesmo sabendo que algumas delas não seriam eternas, preferia tê-las por pouco tempo que fosse a não tê-las nunca mais. É certo também, que outras eu tenho e não lhes dou o valor devido.
Nestas alturas sinto-me como o patinho feio, ou nem isso, porque pelo menos ele transformou-se em cisne, eu muito certamente não me devo transformar em nada. Além disso, estou só.
Eu sei, parece demasiado dramático, mas é a realidade, não tenho ninguém para conversar, não tenho ninguém para sair e o Kiko limita-se a fazer companhia à maneira dele. E isso pesa muito cá dentro, faz moça...
Há dias assim mais complicados, nada é como antes.
Sem cera

7 de setembro de 2010

Para não leres...

Queria dizer-te tanta coisa...
Mas às vezes não sei se é justo e vou guardando, guardando tudo cá para dentro.
Às vezes pergunto-me se valerá de alguma coisa estares a espera? Eu sei, é o que tu queres, mas será que vale a pena? Principalmente sabendo que tens quem gosta de ti?
Digo eu, se ela te quisesse mesmo de volta já te tinha dito??!! Por muito más que as coisas tenham sido, se gostarmos a sério não pensamos duas vezes.
Mas eu até te entendo, e por conhecer os dois lados da moeda e saber como as coisas são torna-se para mim ambiguo falar sobre tudo isto.
Acredita quando te digo que por muito que nos pareça certo, voltar ao passado nem sempre é a solução.
Tu estás á espera de respostas, eu estou à tua espera, a vida tem destas coisas.
Pensa nisto, em vez de quereres reconstruir algo que já se desmoronou, porque não começares uma história nova? Os sentimentos não têm de ser grandes, tudo se pode construir e tudo cresce com o tempo e eu acredito que nós deixamos ainda coisas por fazer.
Estou aqui, só tens de querer voltar...
Sem cera

5 de setembro de 2010

Depois de...



Dizem que depois da tempestade vem a bonança...
Pois bem, quanto a isso não tenho certeza, mas sei que depois de irmos ao fundo ficamos completamente a leste de tudo, parece que fazemos um restart como nos computadores e levamos algum tempo até nos habituarmos à realidade.
Se calhar por isso evitamos, pensar nos assuntos que ficaram para trás, para também nós não voltarmos um passo atrás.
O melhor de tudo é já não haver comprimidos, dependências, mas tudo vai devagarinho como se fossemos a andar em cima do arame, sabendo que um pequeno deslize provoca a queda.
Tu tens andado por ai e estás sempre aqui, eu sei, vou te vendo de tempos a tempos consoante vou sentido falta ou coragem para tal. Sinto saudades, mas vou tentando equilibrar os dias sem pensar muito nisso... Desculpa!
Existem coisas as quais nos temos que habituar, sejam elas boas ou más. Por isso vou-me habituando a este tempo até ter algo mais certo... Até ter palavras tuas...
Sem cera

3 de setembro de 2010

Três Poemas

Destruição
Os amantes se amam cruelmente
e com se amarem tanto não se vêem:
Um se beija no outro, reflectido.
Dois amantes que são? Dois inimigos.

Amantes são meninos estragados
pelo mimo de amar: e não percebem
quanto se pulverizam no enlaçar-se,
e como o que era mundo volve a nada.

Nada, ninguém. Amor, puro fantasma
que os passeia de leve, assim a cobra
se imprime na lembrança de seu trilho.

E eles quedam mordidos para sempre.
Deixaram de existir, mas o existido
continua a doer eternamente.
Carlos Drummond de Andrade, in 'Lição de Coisas'


Se Tu Viesses Ver-me...
Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...

Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...

Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri

E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...
Florbela Espanca, in "Charneca em Flor"


Todas as Noites me Sinto
Todas as noites me sinto
igual aos desconhecidos.
Sou a criança que sou,
só quando o tempo pára.

Fico em mim,
fora dos músculos.

Por que se movem os deuses
quando o sol cresta as formigas?
Lendas da luz da noite
secam todo o movimento.

Seguro a vida
por desespero.
Orlando Neves, in "Trovas da Infância na Aldeia"

2 de setembro de 2010



Hoje só te queria dar um biiig abraço e ouvir tu dizeres que tudo vai ficar bem!
Sem cera

1 de setembro de 2010

Segredos guardados

Sinto que hoje fui atingida por um raio e não sei como me por de pé... Estou num dos meus piores dias.
Passei todo o tempo a desejar ter um canto só meu, para me esconder e poder chorar sem que ninguém visse.
Passo todo o tempo a disfarçar aquilo que me vai cá dentro...
Queria tanto que tudo isto desaparecesse, esta dor, este sentimento que nem sei explicar, que me consome, que me está a destruir.
Só a ti conto tudo isto, só tu me vês chorar, só tu sabes que me sinto como uma miúda agarrada ao cobertor a espera de colo, só tu...
Cá dentro sinto um turbilhão de emoções, de imagens, de sentimentos que eu conheço mas que estão todos fora de sitio, como se me tivessem posto dentro de uma trituradora e tivesse ficado tudo misturado.
Tenho muitas saudades do passado, tenho muitas saudades da pessoa que eu era e de ser feliz.
Nunca disse isto a ninguém, mas hoje sei que tudo mudou por causa do Nuno, directa ou indirectamente tudo aconteceu por causa dele ter passado na minha vida. As minhas opções, o facto de ter ficado doente, a culpa que sinto pela morte do meu avô, a relação com os meus pais, tudo o que tenho feito, tudo aquilo em que me tornei foi culpa dele. E isso é uma daquelas coisas que me persegue...
Já tive vontade de fugir tantas vezes, ás vezes gostava de poder apagar certas coisas da memória, a noite em que meu pai me apontou uma arma a cabeça, os nomes que a minha mãe me chamava para me rebaixar, para me reduzir a nada, as vezes que era gozada na escola, as tentativas de abuso forçado que alguns fizeram...
O mais engraçado é que quem olha para mim, ninguém imagina nada disto.
Tento me lembrar das coisas boas, dos natais quando eu era pequena, do meu avô, coisas assim pequeninas, simples, mas nem sempre consigo. As vezes vou até ao cemitério e fico lá ao pé dele só a chorar, à espera.
Estes últimos anos tem sido complicados de gerir, mas faculdade e o trabalho no hotel foram coisas boas.
Agora só gostava mesmo de arrumar a minha cabeça, de por tudo no sitio, de voltar a ser eu, mas verdade seja dita a solidão também não ajuda. Eu sei, que dos 2 ou 3 amigos que tenho, posso contar com eles se precisar de alguma coisa, mas eles não me conhecem a alma e isto seria de mais.
Agora olho para tudo isto e acho que tu só podes ter aparecido por engano, não há anjos na terra. Nunca ninguém me tratou como tu fizeste, nunca ninguém veio cá dizer "As coisas não são bem assim, há pessoas diferentes", nunca ninguém me deu um colo para chorar e pediu desculpa, só tu...
Talvez por teres sido tão diferente, tão bom, sinto tanto a tua falta. Mas quem és tu afinal? O meu anjo da guarda?
Desculpa, estou cansada vou dormir. Adoro-te
Sem cera