3 de abril de 2011

Anjo ou demónio


Não consigo dormir...
São três e tal da manha já dei n voltas na cama, tenho os ossos doridos, a cabeça feita num oito e mesmo assim não consigo dormir...
Nem sequer me apetecia dizer grande coisa, apenas queria um botão para desligar estas vozes na minha cabeça, apenas queria conseguir fazer off.
Às vezes lembro-me daquelas cenas dos filmes em que se tem um anjinho de um lado e um diabinho do outro, e ultimamente acho que me tenho sentido assim, infelizmente o diabinho leva quase sempre a melhor e acabo as minhas noites sempre a chorar.
Tento-me recordar sempre das coisas boas, daquelas que me marcaram mais, daquelas que me fazem esquecer tudo o resto e lembram-me de ti a sorrir, mas isso também me faz sentir a tua ausência e acaba sempre por ser um contra censo...
Gosto tanto de ti, e de certa forma quero achar que fui importante e que no fundo tu sabes isso e não te esqueces, mas nem sempre é fácil...
Neste momento, olho para trás e acho que foi tudo tão rápido, tão intenso que não sei recuar e começar de novo, entreguei-me de uma forma tão completa que parece que uma parte de mim ficou parada nesse tempo e não sei lidar com isso...
É o grande defeito dos bons momentos, quando acabam podem se tornar infernais...
Sinto a tua falta como se de uma droga se tratasse, sinto o meu corpo a ressacar de uma maneira como nunca tinha sentido antes e digo-te que tem sido horrível.
Tento pensar naquilo que me faz sorrir, no que deixaste de bom, mas há coisas que inevitavelmente nos transportam para outro lado e saber que aquilo que era meu pode estar a ser dado a outra pessoa é massacrante...
Lembrei-me do que disseste, que gostavas de trazer cá os teus "amigos" mas não o fazes para não correr riscos... Enfim, começo a pensar se vale a pena eu arriscar a sair de casa e dar de caras contigo e com eles num dia destes, não sei se me sinto forte o suficiente para aguentar um encontro desses...
Isso transporta-me a outra questão, se eles são os teus amigos, as tuas amigas e alguns deles tu conheces a meia dúzia de dias, o que é que eu sou? Quer dizer, tu nunca me misturaste com "eles", tirando uma ou outra excepção tu sempre me mantiveste de um lado e os teus amigos do outro. Mas, provavelmente nós partilhamos mais e vivemos mais coisas um com o outro do que tu com eles, por isso pergunto se eles são, os amigos, o que é que eu sou? É impossível ser só mais uma certo?
Ai como eu gostava que tu agora fosses gay, era tudo tão mais simples... Ouvias, percebias, apoiavas e não havia mais nada...
A sério, não te peço que deixes a tua vida em stand by por minha causa, mas é mesmo necessário ires a correr arranjar alguém?
Adorava que continuasses a ser o melhor amigo que tenho sabes, para me ouvires, para me aturares e até para me dar nas orelhas, mas as vezes acho que esse sentimento, tal como os outros, não é reciproco...?
Não sei, não sei mesmo o que fazer...
Sem cera

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