18 de agosto de 2010

E de novo só...

Dei-te a dica e tu aproveitaste agora...
...eu vim aqui só para me despedir e estas ultimas palavras tu vais ter de ouvir.
O que tenho para te dizer nem sempre vai ser bonito ou agradável e provavelmente tu não vais gostar, mas é o que me vai cá dentro e sendo provavelmente a ultima vez que aqui vai ser escrito alguma coisa mais vale ser tudo dito, mas acredita quando digo que nem tudo é da alma.
Não estava a espera disto, não assim desta maneira, acho que preferia ter-me zangado contigo, pelo menos tinha um motivo "certo". Quando tu disseste que precisávamos acertar uns pormenores, no sábado á noite, eu concordei achava o mesmo, mas nunca imaginei que os teus "pormenores" fossem o fim.
E que fim, tu chegaste como se nada fosse, ainda ponderaste porque afinal já não estava muito bem, mas mesmo assim largaste a bomba sem pedir licença, sem piedade e com uma frieza que me transtornou.
Pareceu-me tudo tão surreal, aquilo não era verdade, não podia ser, mas era mas foi e custou, custou tanto.
Mais ainda porque não concordo com os teus motivos, porque tu não deste hipótese de nada e porque fizeste tudo isto para voltar ao passado...
Imagino agora, há quanto tempo pensas nisso, há quanto tempo sentes saudades...
Tu sempre foste diferente, tu és diferente, mas agora, assim com a cabeça quente e as ideias a fervilhar tento encontrar essas diferenças.
Eu sabia, que havia qualquer coisa, eu sentia mas pensei que tu precisasses de mais espaço talvez, de acertar alguns pontos, não isto, não sem motivo.
Tu não me deste hipótese, nem de tentar perceber, nem de arranjar solução, de nada. Tomaste a tua decisão e pronto.
Pensaste como seria, se fosse o contrário?
Tentaste fazê-lo da forma mais pacifica, devo-te isso, mas dificilmente irias fazê-lo sem me magoar.
Senti e ainda me sinto enganada, pensei que querias mais, que querias diferente principalmente depois do teu "Fresh Start". Aquilo mexeu contigo, vê-la com outro foi doloroso, mas nada que se compare a ver-me com outro, se bem que na altura sabia que era difícil para ti. Agora parece-me tolice ter aberto mão das coisas, por acreditar que havia diferente.
O teu ser diferente, tem em comum o facto de te ires embora para me trocares por outra, como todos os outros.
Tu chegaste como o sol, que ilumina até o espaço mais escuro, há muito tempo que não me sentia assim, há muito tempo que não me faziam sentir assim, eu desatava a rir como uma criança só de te ver, era uma alegria, uma felicidade, mas agora tu vais embora sem mostrar remorso, sem mostrar tristeza, sem sentimento...
Aquilo que mais te preocupava não preocupa mais, já não é importante que eu fique bem, já não é importante que seja feliz, já não sou importante e pronto.
Incomodou-me o facto de continuares a ser tu próprio com gestos de carinho e afecto, incomodou-me a sensação de perda de alguém que dizia estar sempre presente, incomodou-me pensar que ainda nesse dia tinha planos para a praia, para o cinema, incomodou-me o facto de perder um amigo, alguém a quem confiei coisas pessoais, incomodou-me o facto de te quereres afastar de mim, sem sentir necessidade de voltar.
Quando foste embora, perdi noção do espaço, do tempo, tive de parar para encontrar o caminho para casa, tive de gritar, de chorar para não sentir os arrepios na pele que me davam a sensação da tua presença, tive de te culpar por coisas que nem sequer eram reias.
O que custa mais? Perder tudo aquilo que estava a viver e as memórias que tu deixas tão nítidas.
A pior parte? Só mesmo quando voltares para ela, mas é isso que tu queres e não te vou impedir.
Sempre me disseram que o melhor que se pode dar a quem se gosta é a felicidade dessa própria pessoa e se ficas feliz assim, segue o teu caminho. Isto implica saber que abdicamos da nossa própria felicidade, neste caso a minha, mas já estou habituada dar tudo sem receber.
O erro foi meu, prometi que não ia ser assim, que não ia chorar, que não ia gostar de ti nem pedir-te para ficar, mas foi tudo tão inevitável.
Além do mais, houve momentos em que acreditei que estavas feliz e que gostavas de mim. Agora sinto-me uma idiota, mais uma vez trocada pela princesa.
Gostava de te ter aqui, fazia-me feliz, pensei que podia ter uma hipótese, enganei-me, nunca vou ser a princesa mas sempre a outra.
Sabia que ias embora, mas não contava que fosse já, assim e por motivos sem sentido. Voltares por saudade até percebo, mas por não teres mais ninguém? Acorda, eu estava aqui!
Fiquei com a sensação que fizeste coisas por obrigação, que estiveste aqui por pena, para não me magoares. Não precisavas ter ido viajar, não precisavas ter-me levado a jantar, a conhecer os amigos, não precisavas ter-me feito acreditar em algo que não era real. Precisavas do teu espaço, podias ter dito.
Estou confusa, as coisas agora parece-me todas mentira, uma ilusão, sinto-me uma boneca usada para teres um tempo diferente, para puderes perceber o que querias e agora que chegaste a uma conclusão vou para o lixo como os trapos.
Fiquei furiosa quando te ouvi falar nesse tom doce, de quem sabe tudo o que se passou, de quem viveu e sentiu mais do que deixa transparecer, fiquei furiosa por não responderes, por não dizeres nada que me enchesse a alma e acalma-se o coração.
Podia-te perguntar se voltas atrás, se ela não te quiser, se não der certo?
Podia-te dizer que vou estar aqui a espera, pedindo que voltes, que fiques e mesmo sabendo que é isso que quero não o faço, porque já percebi que não é isso que tu queres, tu já não me queres.
Quero-me despedir de ti, quero dizer que te adoro, que vou sentir a tua falta, que me lembro de ti sempre aqui, que gostava de continuar a escrever, a ter conversas de alma, mas suspeito ter perdido esse amigo.
Quero um beijo, quero um abraço, quero que digas que gostaste de mim e que tudo isto não foi um sonho. Quero-te aqui, mesmo sabendo que não te posso ter.
Vou ter duvidas, vou perguntar o porquê? e vou ficar sem resposta uma e outra vez...
Mas acabou e eu vou chorar, mas vai passar.
Não sei se volto aqui, sobretudo porque a pessoa para quem eu escrevia, a quem eu confiava o mais precioso de mim, está de partida. Não sei se vale a pena continuar uma historia de tristeza e solidão para não ter resposta alguma, nunca.
Talvez, não sei, vale-me o facto de saber que tu vais estar do outro lado mas sei-o agora "muito muito menos acessível".
Apetece-me escrever muito mais, apetece-me por cá para fora este turbilhão de coisas que me consome, mas já não me sinto com forças para o fazer e não quero piorar algo já bastante doloroso.
O que mais me entristece é ver-te virar as costas sem transparecer nada, sem reacção, como se não tivesse sido nada, mas vou acreditar para meu próprio bem, que não é verdade e que essa é só a tua maneira de superar esta história, tão nossa, só nossa.
Não temos Paris, mas teremos sempre lugares, momentos só nossos.
E vou acreditar, mesmo que seja mentira, que fui alguma coisa, que tive significado e que valeu a pena.
Vais ser sempre o meu "amor perfeito", adoro-te, amo-te.
Até sempre, até quereres.
Sem cera

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